Pesquisar neste blogue

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

O Fim

Boas. Mamas :D

Como seria de esperar, acabo o blog, porque já não escrevo à tomates, já não há muito para escrever, e demasiada gente já sabe quem sou, e isso retira liberdade.
Vou compilar as melhores postas e tentar fazer disto um livro, há aqui bom material (não nos últimos dois anos, mas paneleirices à parte, o primeiro ano foi bom, e é nisso que me vou centrar).
Entretanto planeio fazer oura mariquice qualquer, um tumblr, ou um amássamos, pra despejar.

Um bem haja a todos!

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Polónia

E PIMBAS, duas de rajada. Isto é como na vida, às vezes nada durante uns tempos, e de repente: TAU! e tás entalado até ao osso (interpretação livre).
A viagem para a Polónia fez-me ter saudades dos erasmus da viagem para Berlim. Assim que o autocarro chegou, vi logo que ia dar merda. A fila era um maranhal de gente, não havia qualquer tipo de ordem, ou serviço que providenciasse essa ordem, e portanto foi assim um pouco ao pontapé e quaso aos berros que entrei no autocarro. O bilhete não tinha numero, ou seja, entras e andas pelo corredor até veres algo parecido com um espaço. A merda é que o autocarro para Lodz ia para Minsk, e já vinha do caralho mais velho. Ou seja, pelo preço de um lugar, há pessoal que ocupa 4 lugares, dois pra peida e mais dois para as pernas. Sendo que eu estava com a Iza, foi fodido porque quase que não dava para ir com ela, e nem pensar que a deixava ao lado de um qualquer barrascão chamado Bóris com bochechas à Mário Soares coloridas pela vodka. Foi a pior viagem da minha vida, só Russos e ex-Soviéticos todos fodidos, tudo a beber e a gritar, onde quer que parássemos havia merda porque havia sempre alguém que a fazia e não pagava pelo serviço, tendo até gozado com uma velhota que teve de vir ao autocarro cobrar 1 euro que lhe deviam.... para rematar uma noite em grande no autocarro da desgraça, o filha da puta que estava na fila à minha frente resolveu vomitar no corredor, porque bebeu uma garrafa de Becherovka sozinho. Viajar com a Eurolines... tão cedo não me parece.
Em Lodz a vida é boa para mim, a irmã da Iza, Malgorzata, Gosia para os amigos (pudera...), mora lá com o marido, Janusz, e come-se sempre grandes pequenos almoços, e à noite está-se sempre bêbado, porque o Janusz, quando não está a tocar blues na guitarra, está a perguntar se eu não quero um "schnapps". Sou lá gajo para recusar.... No dia seguinte, depois de dormir até às 15, mesmo à campeão, fomos para casa da mãe da Iza, todos juntos porque afinal era Natal.
A mãe da Iza é a melhor cozinheira do mundo, pelo menos no que diz respeito a cozinha Polaca. Muitos tentaram, nenhum lá chegou. Posto isto, escusado será dizer que como que nem um cavalo quando lá vou. A primeira vez que lá estive, havia almoço a cada duas horas. Sério.
Mesa cheia de iguarias, vodka caseira em tudo o que é canto, welcome to Poland. É certamente diferente, a maneira como se fazem as coisas na Polónia. Quando se quer confraternizar, há muita comida, sumo, e muita vodka. Vodka é uma bebida muito usada no combate contra a timidez. Depois de uns quantos shots para a goela já falava Polaco, Checo, Inglês, Turco, estando-me bem a cagar para quem percebe ou não. Lá me deram umas prendinhas e tudo, que amorosos que foram, e fomos todos dormir com uma puta que até andávamos de lado. A vantagem de te enfrascares com bom alcoól é a de no dia seguinte teres muita sede, estares um pouco a lê-las, mas não tens aquela dor de cabeça infernal e uma desejo impressionante de nunca mais beber na vida. Na Polónia, anseia-se pela próxima goelada.
Sendo que a Iza tinha uns amigos para ver, arranjaram-me uma baby-sitter, a Natália, que até me levou a patinar no gelo. Estava eu não muito confiante no ringue, muito perto do corrimão, com um pouco de medo, quando vi no chão uma pequena poça de sangue... escusado será dizer que me pus no caralho, e sentei-me a pensar no meu futuro próximo.
No ultimo dia, resolvi impressionar as hostes com um jantar que pôs a irmã da Iza a pensar porque caralho o marido só sabe tocar guitarra.
No que diz respeito à viagem de volta, foi a mesma merda, mas sem vómito, e com um gajo que depois de me dar uma mãozinha (era a puta da confusão naquele autocarro), queria que eu o ouvisse falar de uma conferência onde ele ia a Praga, uma conferência de um grupo que se dedicava à arte do bem-falar. Depois de me questionar se a União Europeia, para além de dar dinheiro a ONG's que não fazem a ponta, ainda davam dinheiro a estes gajos do bem-falar, tentei pensar numa maneira bem falante de o mandar ir apanhar cogumelos. Como nada me ocorreu, disse-lhe que ia cagar, e fui.

Berlim (a sério)

A viagem para Berlim foi do caraças, entrei no autocarro, e constatei que estava meio vazio(um optimista dir-me-ia que não, estava meio cheio, mas eu mandá-lo-ia foder, seja porque não sou optimista ou porque os únicos ocupantes do autocarro era pessoal em erasmus, Portugueses e Espanhóis). Vão-me desculpar, porque embora tente ser uma pessoa melhor a cada dia que passa, o que não tem dado frutos, penso que ainda não conheci alguém em erasmus que não seja em parte acéfalo. As conversas dos rapazes, que penetravam furiosamente os meus fones, confirmaram o que eu temia: ia ser uma viagem longa pra caralho. Como se já não fosse mau o suficiente as "piadas", ainda passaram o filme "The Hangover", abstendo-me eu de comentar o óbvio.
Depois de uma noite sem dormir, porque os filhas da puta não se calaram nem um pouco, lá cheguei a Berlim, e sacando do meu mapa de bolso, lá me dirigi a casa da Elisa, uma galega que, pese gostar de Guns n' Roses, é uma gaja 5 estrelas.
Foi relativamente fácil, nem me perdi nem nada, o que vindo de um gajo que já se perdeu numa cozinha, é um feito. E até comprei bilhete pro U-bahn. Ou S-Bahn. Ou uma merda assim. A Eli lá me esperava, com pequeno almoço pronto, e lá conversámos até que ela reparou que eu ressonava. Infelizmente, ela ia não sei para onde ter com não sei quem (não sou bisbilhoteiro), o que teve um lado positivo, que foi o de termos um apartamento só pra nós. Nós sendo eu e o os outros dois que tocam comigo no Post-Age, o Vladimir e o Jan.
Chegaram no dia a seguir, e fomos logo ao King Kong, um clubezito que não passa "indie" nem essas merdices, ficando-se mais nos tempos áureos do 80's a modernices influenciadas por esses mesmos tempos. No dia a seguir tínhamos um plano: eles iam comprar vinil, eu ia vê-los a comprar vinil. Tudo bem dividido. O Vladimir lá sacou da sua lista "que viu num fórum", e rapidamente constatámos que: a)era uma piada; b)o fórum foi criado antes de haver internet, pois em 5 lojas, 4 estavam fechadas ou o endereço nem fazia sentido. Lá voltámos para casa, cozinhei massa, e lá fomos para o concerto de Nine Circles. Perguntam vocês: quem? E eu respondo: ide-vos foder. São uma dupla interessante, os Nine Circles, nos vocais e sintetizadores temos a Sra Dona Lidia Fala, que fará no dia 13 Março 53 anos, e no Korg temos um elemento que tanto podia ser uma senhora, ou um Porteiro do Kremlin. Dá pelo nome de Johanna, mas eu podia jurar que se chamava Arnold há uns aninhos. Ora a Sra D. Lidia, como o único álbum data de 1982, usa uma partitura com as letras da musica, e com a postura e os oculinhos e tudo mais parece uma professora primária do que uma vocalista de uma banda de culto em certos meios.
De resto não há muito mais a apontar, apenas que ia na rua e alguém me perguntou: Schnitzel? E eu respondi: Santinho.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Sou uma bola-de-Berlim...

...e não é porque estou gordo, já que não se passa nada em Praga, vai-se a Berlim.
O convite surgiu numa noite em que me encontrei com o meu grupo de dj's, nomeadamente o Honza, gay e produtor de musica electrónica, sendo que ambas as coisas são hobbies, e o Vladimir, dj de referência na comunidade gay, não produz nada mas queixa-se muito, e é, claro, também gay.
Antes que o pessoal do bloco de esquerda me venha atropelar em manada, e porque há pessoal assim, escrevi "claro" porque sendo dj de referência na dita comunidade, não podia deixa de ser gay, numa altura em que há festivais gay, livros gay, musica gay (caguei), filmes gay, viagens para gays e cães para gays, num fenómeno de discriminação que, ainda que positiva não me deixa de espantar. Para que conste, o Honza concorda comigo, ainda que para ele, esses festivais sejam para bichas, sendo que ele, com os gritinhos e risinhos, é, apenas e somente, um paneleiro.
Temos o nome de post-age, sendo post-age uma mistura de post-punk, com o facto de se tocarmos coisas intemporais, sejam elas dos 70's ou dos... 00's.
Espero que ninguém esteja a imaginar uma cena tipo power rangers, collants e o caralho, porque isso mostraria uma intolerância da vossa parte.... pfff.
Conheci o Vladimir numa noite em que fui ao Blind Eye, um bar já defunto, onde se passavam umas coisas giras. Lá estava eu, com uma amiga alemã, que apesar de aborrecida é boa que até doi, e já perto do final da noite, estando eu aborrecido, sou interpelado por um gajo que parecia ser o vocalista duma banda dos 80's, camisa feia incluída e tudo. Pergunta-me o gajo: "não és dono de um clube?" eu, depois de rir digo-lhe "eu?! foda-se!" e o gajo olha pra mim confuso, eu depois comecei a falar em Inglês. O problema, por assim dizer, é que desde que comecei a tocar aqui e ali com o KinoCirkus, aka Nicola, aparentemente a malta, erradamente, pensa que eu possuo algo, seja um sítio, ou mesmo talento. O Vladimir é o primeiro e caso. E vai daí, o segundo. Depois de me explicar, disse-lhe que me doía a cabeça, que estava cheio de o ouvir, e que falávamos pelo facebook amanhã, era mais fácil. Falta dizer que o Vladimir era, às quintas, dj do blind eye. E assim foi, falámos, e prometi-lhe que, assim que arranjasse algo pra malta, que o convidava, desde que ele me prometesse não tocar a "tainted love" dos Soft Cell.
E um belo dia, arranjei um sítio pra malta. Recebi um convite para um concerto por trás de minha casa, e ao abrir a página na internet do dito cujo, fiquei a saber que era no âmbito de um festivalzito, e que nesse festivalzito estavam à procura de pessoal pra fazer o que quer que fosse. Mandei um mail, mesmo à amador, dizendo que sou um zé ninguém da treta, mas se quiserem posso pôr som, se tiverem um sítio para tal. Recebo a resposta que sim, têm um filha da puta dum armazém para algumas 300 pessoas, mas não sabem que fazer com isso na quinta-feira, mas o que quer que se passe, teria de se arranjar um "soundsystem". Mandei-me logo de cabeça, disse ao gajo que "upa upa" a malta arranja algo, e pensei que o Vladimir, sendo um gajo "conhecido", arranjava o sistema em três tempos. Bem me fodi, porque embora seja "reconhecido", tem tantos contactos como eu, ou menos. A solução, disse ele, era ir falar com um amigo dele, um tal de Honza, que ia tocar em breve num bar, e falávamos com ele, sendo ele um artista, decerto que algo se arranjava. Foi a foda numero dois, porque o Honza, embora 5 estrelas com bom gosto musical, não arranjava um sistema nem à paulada. Lá alugamos um sistema, cravámos umas guitas ao organizador, e ainda metemos cada um dez aéreos, para tocar num armazém numa estação de comboios para cerca de 80 pessoas. Vai lá vai...
E Berlim fica para depois olha...

sábado, 13 de novembro de 2010

Se Deus é um Dj....

... então que caralho sou eu?
Há uns tempos que me andava a queixar da merda de musica que se ouvia em Praga quando um gajo saía à noite. Não bastava a escassez de pessoal com quem sair, ainda tinha que mamar com três horas de musica cuja qualidade nem dúbia é. Ah e tal é subjectivo. É, mas quem escreve sou eu.
Decidi então tornar-me um DJ (dê jota), não no sentido de girar pratos, mas apenas no sentido original da coisa, um media de musica, alguém que fornece musica e quiçá entretenimento. Eu ponho a musica em primeiro, acredito que se musica for boa, o entretenimento surge naturalmente. Claro que se beberes o suficiente para andares aos saltos com o novo remix do Quim Barreiros, então todos os esforços serão em vão, mas se fores sair à noite com a esperança de ouvires boa musica, talvez um pé de dança e um paleiozito, então esse remix tornar-se-à tão bem vindo como um peido num fato de astronauta. E é esse vazio que tento preencher em Praga, porque a meu ver, esse vazio existe. Comecei por pôr no evento "cidade sem carros" cá do sitio, e foi giro, embora lá mais pro fim, quando eu estava bêbedo, não tenha sido boa idea os Les George Leningrad, o pessoal que não usa o eléctrico estranhou uma beca.
A aventura continuou, e depois de tocar umas vezes num bar para 3 ou 4 pessoas, incluindo os empregados, já toquei em três ou quatro sítios, numa delas num armazém a modos que abandonado, o que muito me satisfez. Há dois dias toquei num bar assim mais fashion, a modos que meio vazio, e no meio de uma musica de deep dark dubstep, porque estava a tocar um amigo Turco, uma gaja vem e pergunta: podes tocar britney spears? Sempre pensei que isto só aconteceria num pesadelo, mas não, a gaja estava ali. Eu ri-me, gozei, mandei três mortais encarpados à retaguarda, mas o Turco, com uma broa do caralho e na paz dele, vira-se e diz: jovem, tu vieste pedir uma omelete num restaurante chinês. Depois disto, ela pediu para cagar e saiu.